“O PT precisa dialogar com os diversos segmentos, com essa turma que foi defender Bolsonaro”, aponta Rosemberg em live

Publicado: 27 de abril de 2021

O deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) durante participação de uma live no Instagram com o tema: “Lula de volta ao jogo” fez uma análise cronológica das relações de poder e de manipulação da sociedade que levaram ao impeachment da presidenta Dilma, a prisão política do ex-presidente Lula – para impedir a sua candidatura em 2020 -, que culminaram na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Além de reforçar que Lula é inocente, elegível e que o PT busca dialogar com todos para formar uma frente contra Bolsonaro.

“O golpe à presidenta Dilma é uma articulação feita com parte do Poder Judiciário, com a política e com os interesses internacionais, por conta de ferir interesses do mercado internacional, quando Lula redireciona as relações comerciais do Brasil que antes era prioritariamente com os Estados Unidos”, observou o petista no encontro com o jornalista Danilo Oliveira, o historiador Tauã Fernades e o professor de Direito, Fábio Santos.

Na avaliação de Rosemberg, o desastre político, econômico e social ao qual o Brasil atravessa foi uma reação da ampliação das relações comerciais do País, è época da gestão de Lula, orquestrada pela grande mídia, que manipulou a opinião pública, aliada à inatividade do Supremo Tribunal Federal (STF), que fez vistas grossas a parcialidade do julgamento do ex-presidente, por temer a reação popular. E completa: “Temos uma elite que não consegue perceber que nós, nos nossos governos, ajudamos o pobre, mas não tiramos nada desta elite, muito pelo contrário, ela cresceu, o problema está no preconceito de ver o País governado por alguém que não tem o ensino superior, por um nordestino, que defende o direito das pessoas se expressarem e escolherem o seu caminho”.

As recentes e céleres decisões do STF de anular as condenações a Lula e a confirmação da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro ao julgar Lula se dão, “após a rede Globo reconhecer o erro que cometeu ao ajudar a eleger uma pessoa totalmente desqualificada [Bolsonaro] para o Brasil”. “O impedimento da candidatura de Lula se dá de forma premeditada e hoje vem à tona as burlas do regramento judiciário para que pudesse condenar o ex-presidente e impedi-lo de participar do processo eleitoral de 2020”, afirma.

Segundo Rosemberg, o STF estava “emparedado”. “O STF sofria com aquilo, mas não tinha coragem de enfrentar a opinião pública formada pela rede Globo de televisão”, endossa.

Rejeição e Autocrítica

Os sinais da insatisfação popular à gestão Federal são refletidos com a elevação dos índices de rejeição. O PoderData atestou, no final de março de 2021, que 59% dos brasileiros desaprovam o governo Bolsonaro. Sentimento exemplificado pelo pronunciamento do influenciador digital e youtuber Felipe Neto que fez autocríticas sobre suas posições políticas em relação a Lula, Dilma Rousseff e ao golpe de 2016. “Felipe Neto vai a público dizer que na sua formação ele é ensinado a ter ódio do Lula e do PT e ele disseminava isso com se fosse a verdade absoluta, agora com o seu desencanto ele começa a fazer reflexões e vem à tona fazer autocrítica”, citou Rosemberg.

Lula 2022

“Se tiver perspectiva eleitoral de Lula, daqui há seis meses não fica um do lado de Bolsonaro”, provocou com otimismo. A inocência e a elegibilidade de Lula balançou o cenário político. O sinal de esperança é representado com a predominância do discurso do Partido dos Trabalhadores em busca de alianças. “Para ganharmos a eleição de 2022, temos que dialogar com estes eleitores e lideranças que ajudaram a eleger esta pessoas [Bolsonaro] e que agora se sentem perplexas com determinados posicionamentos, temos que dialogar com estes segmentos e apresentar alternativas para solução dos seus problemas”, pontua.

No âmbito do estado da Bahia, o líder no Legislativo baiano destacou que Jaques Wagner é o candidato do PT para governador e a base do governador Rui Costa na Alba se mantém unida, apesar da mudança de aliança do PDT e do PL que migraram para o grupo de ACM Neto, mas os quatro deputados das legendas informaram que vão manter o vínculo com Rui. “Temos 44 deputados na base do governador Rui Costa e com mais dois que se aproximam da gente, mesmo sendo da base de oposição”, enumera.

Questionado sobre sua candidatura em 2022, Rosemberg respondeu que planeja a reeleição ao Legislativo estadual. O parlamentar aventou a possibilidade de ser um dos 39 deputados federais da Bahia, mas, para tal, propôs ao prefeito de Itajuípe, Marcone Amaral (PSD) a filiação ao PT. Marcone disputaria uma vaga no Legislativo baiano e ele na Câmara de Deputados. Contudo, o projeto não vingou. Para o deputado, as regiões que vão de “Ilhéus até Vitória da Conquista tem um vácuo de representantes na Câmara dos Deputados”, alerta.