Demarcação de terras indígenas é definida e pacificada em Itaju do Colônia e não justifica invasões

Publicado: 01 de fevereiro de 2024

Grupo de convivência é articulado com o apoio de Rosemberg

 

O conflito de terras recente, no sudoeste baiano, que vitimou e feriu indígenas, tem gerado clima de insegurança na zona rural. Garantir a paz e segurança de todos tem sido uma preocupação para os parlamentares e gestores. Para o deputado estadual, Rosemberg Pinto, que acompanhou de perto os acontecimentos e caracterizou como irresponsável e criminoso o movimento de desocupação, o centro de crise ainda é Itapetinga, mas o município de Itaju do Colônia pode ter um importante papel estratégico no diálogo entre fazendeiros e indígenas da região.

“Com uma gestão pacificadora, sem terras indígenas em litígio, avalio que a cidade possa sediar um importante debate. Vamos despolitizar e construir um grupo de convivência, levar autoridades no assunto e representativas para realizar todos os esclarecimentos e reestabelecer a ordem no entorno”, sugere o parlamentar e líder governista durante visita de uma comitiva formada por fazendeiros, lideranças políticas e gestores públicos, que solicitaram seu apoio.

Para o prefeito de Itaju do Colônia, Djalma Duarte, é preciso esclarecimentos sobre a demarcação definida de terras e que não justifica a realização de invasões. “Hoje, a nossa relação com os indígenas é muito sólida. Temos uma comunidade pacificada com a gestão. Falta o entendimento, por parte dos indígenas, de que não há mais áreas a serem demarcadas, além dos 54 mil hectares que o STF demarcou. A Funai já nos informou, mas eles acham que ainda têm direito à retomada”, pondera.

Sobre o conflito, Rosemberg foi taxativo: “Sou contra invasões, não é minha pauta política, mas não posso deixar de me posicionar contrário à organização do movimento Invasão Zero. Trata-se de um grupo de formação ideológica que não é representativo e que faz justiça com as próprias mãos. Considero que a ação, irresponsável e criminosa, foi premeditada, já que houve contratação de drones e de pessoas que não eram fazendeiros (na sua maioria) armadas, além de mobilizar a imprensa. Não há sustentação jurídica, haja vista que, para defender a propriedade, tem que recorrer ao poder de comando”, argumenta.

Desenvolvimento Rural

Durante a reunião foi comum a preocupação além do domínio da terra, mas com o sustento de quem vive dela. “Precisamos garantir que, na posse de suas terras, os indígenas tenham garantida assistência técnica e extensão rural (Ater). É preciso incentivo aos arranjos produtivos locais, alinhados à aptidão da região. Não adianta plantar mandioca onde não tem casa de farinha”, frisou o deputado. “As comunidades indígenas estão carentes desse serviço. As matrizes que conseguiram estão morrendo de fome, precisam de Ater para a produção de palmas forrageiras, capim de corte e silagem”, testemunha o fazendeiro Toinho.

 

Por Ana Paula Loiola