Parlamentares querem integrar políticas públicas para fanfarras nas unidades escolares

Publicado: 21 de outubro de 2021

 

As fanfarras têm um papel fundamental no fortalecimento da arte musical nas escolas, seja no processo lúdico de aprendizagem, seja na integração com a comunidade. Para apresentar um balanço das demandas do segmento e das ações públicas direcionadas para essa importante manifestação da cultura popular aconteceu, na tarde de hoje (21), uma audiência pública, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Com o tema Fanfarras nas Escolas, o encontro reuniu parlamentares, representações do Movimento e governamentais. A iniciativa foi do deputado Robinson Almeida (PT) e aconteceu de forma virtual, via plataforma Zoom, e presencial, na sala das comissões da ALBA, para os membros da mesa. A proposta, segundo ele, é avançar na construção de uma política pública do Governo, com atuação de forma integrada, envolvendo as secretarias da Cultura (Secult), Educação (SEC) e a prevenção social (SJHDS).

Na condição de membro titular da pasta da Educação e de líder da Maioria na Alba, o parlamentar Rosemberg Pinto se apropriou das demandas do segmento e das ações públicas direcionadas a essa importante manifestação cultural, como aquisição de equipamentos, infraestrutura adequada para ensaios, além da contratação de regentes que, na maioria das vezes, atuam de forma voluntária.

Para o coordenador de Música da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Ricardo Rosa, estabelecer um diálogo com esse público é de extrema importância no conceito da cultura popular do estado e também incide na formação dos jovens no campo da música como um todo. “Assim como aconteceu com as filarmônicas (em 2008), há singularidades e vivenciamos um processo de construção política. Precisamos enxergar a melhor forma de entender e replicar, para que sejamos mais assertivos e estejamos mais próximo do público e do segmento”, avalia Rosa. Segundo ele, mecanismos desenvolvidos com a Lei Aldir Blanc e a possibilidade da aprovação da Lei Paulo Gustavo favorecem a pactuação e atendimento dos pleitos. Na Bahia, a estimativa, é de que existam 375 bandas de fanfarras, destas, 270 estão presentes em escolas públicas.

Na oportunidade, foi apresentado o projeto estadual “Fanfarra Segura”, que visa fortalecer a arte musical no currículo escolar e reconhecer a importância das fanfarras escolares para a formação da juventude baiana. O coordenador de projetos estratégicos da Secretaria de Educação, Marcius Gomes, destacou importância da fanfarra nas escolas como instrumento de proteção social. “As fanfarras têm um papel importante, não apenas do ponto de vista pedagógico, mas na diminuição da evasão escolar”, reconhece. A Atividade ainda contou com a presença do deputado federal Zé Neto (PT).

A categoria reiterou a necessidade de contratação de regentes que atuam de forma voluntária. “Apesar da SEC já liberar recurso, pra que se tenha manutenção dos instrumentos e aquisição de materiais de higiene, precisamos avançar um pouco mais. Hoje a gente vem discutindo a necessidade de contratação de regentes, que estão há anos sendo voluntários. No primeiro momento, desejamos a contratação de 100 regentes e, depois, seguiríamos avançando na coordenação do trabalho artístico”, pondera Raimunda Santana, representando a Confederação Nacional de Bandas e Fanfarras.

Também estão entre os encaminhamentos e sugestões da audiência, a necessidade de editais específicos para as Bandas de Fanfarras; a construção de um evento, no início de 2022, envolvendo as bandas e fanfarras musicais. Além disso, pleiteia-se um levantamento sobre a presença e situação das bandas e Fanfarras nos municípios, bem como um cadastro.

O evento ainda contou com a presença de outras representações sociais como a Associação de Bandas e Fanfarras da Bahia (AFAB), a Liga Cultural de Bandas e Fanfarras da Bahia (LICBAMBA), a Associação Cultural de Bandas, Fanfarras e Filarmônicas (ACBF), o Fórum Estadual de Educação da Bahia (FEEBA), a FUBE, entre outros.

 

Por Ana Paula Loiola