Governo da Bahia defende redução do preço do gás natural como alternativa para manutenção das atividades da Fafen

Publicado: 08 de março de 2019

O Governador Rui Costa (PT) não tem medido esforços para garantir a manutenção da operação da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) no estado.

Para discutir alternativas que assegurem a produção da unidade e das empresas que estão no entorno, e dependem da matéria-prima, bem como a manutenção dos empregos, aconteceu nesta sexta-feira (8) uma audiência no gabinete do vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, João Leão (PP). O encontro reuniu representantes do governo baiano, parlamentares, assessores e representações sindicais.

O líder de Governo na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Rosemberg Pinto (PT), presente na reunião, avaliou que a redução de preço do gás natural é fator decisivo para a manutenção da Fafen.

“Não podemos nos embasar tão somente na linha econômica, precisamos defender a manutenção da Fafen, como uma importante reguladora de preço da área de fertilizantes. Se deixarmos na mão da iniciativa privada, perderemos todo o controle”, defendeu.

Ainda segundo o parlamentar, o aumento do valor do insumo impactará na produção agropecuária, afetando também o empresariado que exporta. “Além de gerar uma menor oferta de produtos e até um desabastecimento, impactando no aumento do valor final e na importação, o fechamento da unidade vai impactar também em outras empresas do Polo Petroquímico de Camaçari, gerando mais desemprego”, avaliou o líder governista.

Para João Leão, a manutenção da fábrica é uma questão de soberania nacional e o Estado se compromete em continuar fazendo sugestões junto à Petrobras e também ao Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia e da Presidência da República.

“Se for possível manter a Petrobras operando, ótimo, caso contrário, que haja um arrendamento que não comprometa o abastecimento do estado e não seja oneroso”, afirmou.

A Fafen atua há 47 anos nos estados da Bahia e Sergipe. Estima-se que apenas a unidade de Camaçari empregue 1,7 mil pessoas, de forma direta e indireta. O Estado avalia que não há uma clareza na justificativa da operação deficitária, já que a despesa de pessoal é de apenas 5%.

O deputado federal Nelson Pelegrino (PT), também presente, propôs a criação de um grupo de trabalho e a possibilidade de alteração da lei para intervenção do Estado.

O coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros na Bahia (Sindipetro), Jairo Santos, teme uma possível demissão em massa. “Não queremos a privatização, nem tão pouco a paralisação das atividades. O prejuízo será imensurável, sobretudo na retirada dos direitos dos trabalhadores. Muitos já foram notificados da demissão e outros petroleiros estão sendo convocados para atuarem em outros estados. O impacto nas indústrias do entorno também já é sentido”, advertiu.

A entidade, juntamente com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), ainda sugeriu a criação de um Comitê de Petróleo e Gás, com atuação na SDE, e a fundação de um sindicato patronal no setor privado.